Urologistas brasileiros participam de elaboração de guideline da NCCN sobre câncer de próstata
Drs. Gustavo Franco Carvalhal (RS) e Murilo Luz (SP) foram os dois urologistas brasileiros convidados para integrar a equipe que elaborou o NCCN Guidelines Version 4.2024: Brazil Edition Prostate Cancer, lançado recentemente pela National Comprehensive Cancer Network.
A NCCN é uma entidade norte-americana sem fins lucrativos que fornece informações atualizadas sobre o diagnóstico e tratamento do câncer. Os guidelines são atualizados regularmente e possuem acesso gratuito.
Neste ano, foram publicados os guidelines de diagnóstico e tratamento do câncer de próstata, no qual especialistas das áreas de oncologia clínica, urologia e radioterapia brasileiros adaptaram as recomendações para a América Latina levando em consideração realidades locais, como epidemiologia, acesso, disponibilidade/liberações dos testes e tratamentos pelas agências reguladoras.
“Essa iniciativa tem por objetivo incrementar o acesso global à informação de qualidade sobre o tratamento do câncer, disponibilizando os recursos relevantes da NCCN adaptados à nossa realidade. Para o Brasil, várias adaptações foram incluídas, como a retirada da recomendação de alguns testes genéticos ou de tratamentos indisponíveis no país, o incentivo a tratamentos sistêmicos disponíveis no sistema público (por exemplo, orquiectomia) e a inclusão de algumas modalidades de tratamento para doença oligometastática que não estavam contempladas na versão norte-americana, além de incluir opções como a linfadenectomia de resgate para casos selecionados de recorrência linfonodal”, pontua Dr. Gustavo Carvalhal.
“Foi escolhida uma comissão de alguns experts brasileiros para que fosse feita essa versão adaptada à nossa realidade e tive a honra de ser escolhido para compor esse grupo representando os urologistas brasileiros. Termos uma referência de como as melhores práticas em câncer de próstata devam ser aplicadas, uma rotina do que é a melhor evidência científica atualmente é muito importante para todo urologista no Brasil. Essa nova diretriz não altera muito a conduta atual, inclui alguns detalhes relacionados à nossa realidade, o acesso a alguns tipos de medicação e procedimentos que não são os mesmos em todos os lugares do mundo. A ideia é poder utilizar essa adaptação brasileira para a nossa realidade, dadas algumas limitações e diferenças que temos em relação à prática no Brasil, o acesso, inclusive, a alguns tipos de tecnologia e de medicamentos”, completa Dr. Murilo Luz.
Dr. Carvalhal acrescenta que no guideline também foi sugerida a revisão de lâminas antes da inclusão de um paciente com doença de baixo risco de progressão em protocolo de vigilância ativa quando o serviço de patologia do diagnóstico inicial não for centro de alto volume na avaliação de biópsias prostáticas, entre muitas outras sugestões práticas. “Essa interação com os organizadores e pesquisadores da NCCN foi de grande valia para compreender quão importante e delicada é a elaboração de normativas como essa, em que a inclusão ou não de opções diagnósticas ou terapêuticas pode ter consequências sérias para todo um setor da oncologia. Foi um privilégio fazer parte do grupo de colegas da LACOG-GU envolvidos neste trabalho”, destaca Dr. Carvalhal.
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