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Câncer de pênis registra mais de 2,2 mil internações por ano e gera cerca de 600 amputações no país

• De 2015 a 2024 o Brasil ultrapassou 22 mil internações desse tipo de neoplasia
• De 2014 a 2023 foram mais de 4,5 mil mortes
• Sociedade Brasileira de Urologia realiza 2º mutirão de postectomias em fevereiro
• Entidade alerta que higiene, cirurgia de postectomia e vacinação contra o HPV estão entre as principais medidas para combater esse tumor

Ele pode começar com alterações na pele do pênis, como mudança de cor e na textura, podendo evoluir para presença de nódulo e ferida que sangra e secreção com mau odor. O câncer de pênis é um tipo de tumor raro, mas que no Brasil ainda atinge estatísticas alarmantes, apesar de na maioria das vezes poder ser prevenido de forma simples: higiene adequada, cirurgia de postectomia e vacinação contra o HPV.

Segundo dados obtidos com exclusividade pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) com o Ministério da Saúde, nos últimos dez anos, o Brasil registrou mais de 22,2 mil internações devido ao câncer de pênis. Nesse mesmo período, a média ultrapassou 580 amputações de pênis por ano. E de 2014 a 2023 foram contabilizadas mais de 4,5 mil mortes em decorrência dessa neoplasia.

No mês em que se celebra o Dia Mundial do Câncer (04/02), a Sociedade Brasileira de Urologia realiza a quinta edição da Campanha de Prevenção ao Câncer de Pênis para conscientizar sobre a prevenção e tratamento precoce desse tumor. Durante todo o mês de fevereiro, médicos esclarecerão dúvidas sobre a doença nas redes sociais da entidade no Instagram, Facebook e Tik Tok (@portaldaurologia). E ao longo do mês a SBU e suas seccionais realizam um grande mutirão de postectomias (retirada da pele que recobre a cabeça do pênis) em vários estados.

“Apesar de ser um dos poucos tipos de câncer que podem ser prevenidos, o Brasil ainda apresenta preocupantes índices relativos ao câncer de pênis, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Nosso maior objetivo com essa campanha é informar os homens que é possível prevenir e, caso ele surja, que seja diagnosticado e tratado de forma precoce, evitando a amputação do órgão”, alerta Dr. Luiz Otavio Torres, presidente da SBU.

Mutirão

Há uma relação estreita entre o câncer de pênis e a fimose, principalmente quando se trata do diagnóstico precoce da doença.

“A presença de fimose (excesso de pele que cobre a glande, impedindo que ela seja exteriorizada) pode ocultar uma lesão em fase inicial que poderia ser tratada de forma menos agressiva e mutilante, além de prevenir uma possível disseminação da doença em forma de metástase. O estímulo à realização de postectomias tem como objetivo educar os homens sobre a importância de uma higiene adequada do pênis, reduzir as chances de perda do órgão e possibilitar o diagnóstico precoce de lesões pré-malignas ou até já malignas", explica Dr. José Calixto, membro da Disciplina de Câncer de Pênis da SBU e um dos organizadores do mutirão de postectomias.

Este será o segundo mutirão de postectomias da SBU, e a expectativa é realizar cerca de cem procedimentos. Na primeira edição do mutirão, em 2022, a expectativa também era de cem cirurgias, mas foi possível superar a margem e contemplar 187 homens das regiões Norte e Nordeste.

Sintomas e fatores de risco

A maior incidência do câncer de pênis costuma ocorrer em homens a partir dos 50 anos, mas ele também pode acometer os mais jovens.

Os sinais comuns da doença geralmente são:

- Ferida que não cicatriza;
- Sangramento sob o prepúcio;
- Secreção com forte odor;
- Espessamento ou mudança de cor na pele da glande (cabeça do pênis);
- Presença de nódulos na virilha.

E entre os fatores de risco estão:

- Baixas condições socioeconômicas;
- Higiene inadequada da região íntima;
- Fimose;
- Infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano);
- Tabagismo.

“O câncer de pênis é uma das campanhas mais importantes da SBU porque, apesar de ser amplamente evitável, ainda causa mutilações e mortes no Brasil. Não podemos ignorar os sinais de alerta, pois são eles que nos auxiliam a fazer o diagnóstico o mais precoce possível, evitando suas consequências mais sérias. E se houver fimose, procure logo corrigir. O diagnóstico precoce é muito importante, mas a prevenção é a melhor arma que se tem. Ações simples, como vacinação contra o HPV e higiene íntima adequada, poderiam prevenir centenas de casos todos os anos”, destaca Dra. Karin Jaeger Anzolch, diretora de Comunicação e coordenadora das campanhas de awareness da SBU.

Um dos fatores que podem levar ao aparecimento do câncer de pênis é quando o homem tem dificuldade em expor a cabeça do pênis (glande) para higienizá-la, condição conhecida como fimose. Assim, quando a postectomia (cirurgia para correção da fimose) não é feita, pode acarretar acúmulo de esmegma (secreção), o que dificulta a higiene correta e propicia o desenvolvimento da neoplasia maligna.

Dados obtidos com exclusividade pela SBU com o Ministério da Saúde apontam que de 2015 a 2024 foram registrados mais de 534,1 mil atendimentos referentes a hipertrofia do prepúcio, fimose e parafimose (quando o prepúcio é puxado para trás e fica preso nessa posição).

Hipertrofia do prepúcio, fimose e parafimose

Fonte: Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS)

“Esses números destacam a importância de conscientizar a população sobre condições como hipertrofia do prepúcio, fimose e parafimose, que podem dificultar a exposição da cabeça do pênis (glande), impedindo uma higienização adequada — uma das formas mais importantes de prevenir o câncer de pênis. Além disso, esses dados reforçam a necessidade de orientação médica e de políticas públicas que facilitem o diagnóstico e o tratamento precoce dessas condições. A SBU tem atuado ativamente nesse sentido, promovendo mutirões de procedimentos cirúrgicos para tratar essas condições, como a postectomia, em diversos estados do país durante a campanha ‘Cuide, você só tem um’. Muitos casos de câncer de pênis poderiam ser evitados ou tratados de maneira menos agressiva com atenção à higiene íntima e intervenções precoces. Essas medidas não apenas contribuem para a qualidade de vida dos pacientes, mas também evitam a necessidade de amputação do pênis e reduzem o risco de morte pela doença”, ressalta Dr. Roni de Carvalho Fernandes, diretor da Escola Superior de Urologia da SBU.

Internação, amputação e mortalidade

Números obtidos com exclusividade pela SBU com o Ministério da Saúde mostram que de 2015 a setembro de 2024 foram registradas mais de 22,2 mil internações em decorrência de câncer de pênis no país.

Neoplasia maligna do pênis

*Dados computados até setembro de 2024
Fonte: Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS)

Infelizmente, quando diagnosticado tardiamente, a consequência do câncer de pênis pode ser a amputação de parte ou totalidade do órgão. Números do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) do Ministério da Saúde apontam que nos últimos dez anos foram mais de 5,8 mil amputações, o que corresponde a uma média de 585 pênis amputados por ano.

Amputação de pênis em oncologia

*Dados computados até novembro de 2024
Fonte: Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS)

De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, de 2014 a 2023 foram registradas 4.502 mortes em razão do câncer de pênis.

Mortalidade em decorrência de câncer de pênis

Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

"Esses números refletem a inexistência de uma política nacional para a doença.

Recentemente, levantamos dados de casos tratados no Hospital Getúlio Vargas (PE) e os comparamos com os publicados no Brazilian Journal of Urology em 2014. Observamos um número semelhante de novos casos em relação a 2014, porém com uma redução significativa no número de fumantes. No presente estudo, verificou-se que o tabagismo esteve presente em apenas 30,1% dos pacientes avaliados, um percentual consideravelmente inferior aos 50% observados no estudo anterior. Possivelmente resultado de uma política nacional de combate ao tabagismo, que se mostrou eficaz. No entanto, ainda não temos uma iniciativa equivalente voltada para o câncer de pênis. É nosso papel apresentar esses dados aos gestores e destacar a importância de uma política nacional voltada à saúde do homem que inclua essa impactante e mutilante doença como uma das suas prioridades", reitera Dr. Felipe Dubourcq, supervisor da Disciplina de Câncer de Pênis da SBU.

Prevenção

Apesar desses índices preocupantes, o câncer de pênis pode ser prevenido com medidas como:

- Higiene adequada do pênis com água e sabão puxando o prepúcio;
- Lavagem da região íntima após as relações sexuais;
- Vacinação contra o HPV (disponível no SUS para a população de 9 a 14 anos e imunossuprimidos até os 45 anos);
- Cirurgia de correção da fimose (postectomia);
- Uso de preservativo para evitar ISTs.

Tratamento

O tratamento do câncer de pênis depende do estágio do tumor, podendo contemplar a remoção da lesão por meio de cirurgia, radioterapia, quimioterapia e até mesmo amputação de parte ou de todo o pênis.

"O tratamento cirúrgico (penectomia), que se constitui em retirada do pênis, pode ser feito parcialmente, para casos iniciais, ou uma retirada completa do órgão, em casos avançados. Na remoção parcial, o paciente permanece com um coto peniano possibilitando urinar em pé e, dependendo do tamanho do coto, atividade sexual. Nos casos de remoção completa do pênis, a uretra é colocada na região de períneo (entre o escroto e o ânus), e o paciente precisa sentar-se para urinar, e a atividade sexual com penetração já fica impossibilitada. Em casos avançados, o principal local de disseminação da doença é para os gânglios da região inguinal e a realização de uma linfadenectomia inguinal bilateral se faz necessária. Atualmente conseguimos realizar a linfadenectomia inguinal por via laparoscópica ou robótica, o que permite uma recuperação mais rápida e taxas menores de complicação da ferida operatória", esclarece Dr. Maurício Cordeiro, coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU.

"A SBU entende que informar e conscientizar a população sobre o câncer de pênis é uma forma de salvar vidas e evitar tratamentos mutilantes. Por isso, criamos ações como o mutirão nacional de postectomias, que alia educação à prática, destacando a importância da prevenção e do cuidado com a saúde masculina", conclui Dra. Karin Jaeger Anzolch.

MAIS INFORMAÇÕES À IMPRENSA:

Vithal Comunicação Integrada
Aline Thomaz - alinethomaz@vithal.com.br | (21)99846-1967
Janaína Soares – janaina.soares@vithal.com.br | (21)98556-6816

Materiais da campanha

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