HPB afeta cerca de 50% dos homens acima de 50 anos
Doença pode causar redução do jato urinário, esforço para iniciar a micção, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga e necessidade de urinar várias vezes à noite
A hiperplasia prostática benigna (HPB) é uma condição muito prevalente entre os homens. Essa alteração apresenta relação direta com o envelhecimento, presença de hormônios sexuais e genética. Cerca de 50% dos indivíduos acima de 50 anos terão HPB. Aos 90 anos, essa condição afeta cerca de 80% dos pacientes.
Embora tenha alta prevalência, nem todos os portadores de HPB apresentam sintomas clínicos. Cerca de metade dos pacientes apresentará alguma queixa decorrente dessa doença, e aproximadamente 30% dos homens necessitarão realizar algum tipo de tratamento para HPB no decorrer de sua vida.
“Cerca de metade dos pacientes apresentará alguma queixa decorrente dessa doença, e aproximadamente 30% dos homens necessitarão realizar algum tipo de tratamento para HPB no decorrer de sua vida”
O crescimento da próstata leva à obstrução de saída da bexiga e consequente redução do fluxo urinário – esse mecanismo é o responsável pelo aparecimento dos sintomas.
As principais queixas desses pacientes são redução do jato urinário, esforço para iniciar a micção, gotejamento terminal, micção intermitente, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga e necessidade de urinar várias vezes à noite.
Através de perguntas direcionadas, definidas por questionários específicos, o urologista quantifica a gravidade da doença, permitindo com isso uma análise objetiva do impacto na qualidade de vida do paciente.
Após o diagnóstico clínico, podemos lançar mão de alguns métodos para avaliação complementar, como ecografia, exames laboratoriais e urofluxometria. Toda essa sequência é realizada no intuito de obter uma avaliação global do paciente, auxiliando na escolha do melhor tratamento para cada caso.
Atualmente, diversas opções de tratamento estão disponíveis, desde modificações dos hábitos de vida até procedimentos cirúrgicos invasivos.
A escolha do melhor tratamento é realizada individualmente, de acordo com a intensidade das queixas, tamanho da próstata e comorbidades do paciente.
No tratamento inicial, além de mudanças de hábito de vida, deve-se avaliar o uso de medicamentos. Esses são capazes de relaxar a saída da bexiga, reduzir o tamanho da próstata e inibir as contrações exageradas da bexiga. A escolha da medicação depende de vários fatores, sendo que, em determinadas situações, faz-se necessário o uso de mais de um remédio.
A resposta ao tratamento clínico deve ser avaliada no decorrer de semanas a meses, variando conforme o medicamento utilizado. Na falha dessa abordagem ou em caso de recusa do paciente, dispomos de alguns procedimentos cirúrgicos que visam a desobstruir a saída da bexiga (uretra prostática), permitindo um fluxo urinário facilitado e consequente melhoria dos sintomas.
Atualmente, os procedimentos cirúrgicos estão cada vez mais avançados, pois o desenvolvimento de novas tecnologias permite um tratamento menos invasivo, mais rápido e seguro.
Diversos procedimentos estão disponíveis. Esses podem ser realizados por via endoscópica (pela uretra), laparoscópica ou aberta. Podem ser realizados com aparelhos de eletrocautério convencionais ou laser, sendo esse último uma abordagem mais recente e com menores sangramentos.
O urologista é o profissional mais qualificado para conduzir pacientes com HPB, visto que, juntamente com o paciente, é capaz de decidir qual o melhor momento e a melhor forma de tratamento indicado para determinado caso. Essa avaliação é de grande valia, pois a HPB é uma doença progressiva e pode resultar na falência da bexiga (bexiga fraca), acarretando assim sérias complicações e dificultando ainda mais o tratamento do paciente.
Portanto, a avaliação urológica precoce e rotineira deve ser fortemente encorajada, pois o atraso no tratamento pode levar a sérias complicações, tornando cada vez mais difícil o tratamento desses pacientes. Além disso, esse atraso pode acarretar alterações irreversíveis no sistema urinário.
Dr. Fernando Meyer – Curitiba, PR
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