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23/04/2018

Próteses penianas: terceira linha de tratamento da disfunção erétil

“As causas mais comuns que podem levar à disfunção erétil (…) são: diabete mellitus, arteriosclerose, prostatectomia radical (retirada da próstata no câncer), radioterapia da próstata, lesões raquimedulares, traumatismos graves da bacia”

As próteses penianas são dispositivos, com formato cilíndrico, que são implantados no interior de cada um dos dois corpos cavernosos do pênis, para proporcionar rigidez peniana suficiente para a realização do ato sexual.

Existem basicamente dois tipos de próteses:

a) Maleáveis ou semirrígidas – confeccionadas em silicone, contendo no seu interior uma cordoalha metálica que permite que sejam dobradas na posição para o intercurso sexual e para ficarem sob a roupa íntima.

b) Infláveis ou hidráulicas – possuem uma capa externa de silicone que, como permite o influxo de soro fisiológico para o seu interior, seu enchimento promove a rigidez peniana. Essas próteses infláveis possuem três componentes: 1) as próteses propriamente ditas (cilindros), que são inseridas dentro de cada corpo cavernoso; 2) uma bomba (pump), que é implantada no interior da bolsa testicular que, por meio de sua compressão digital, promove a transferência do soro fisiológico para o interior dos cilindros; 3) reservatório do soro fisiológico, que pode estar na base dos cilindros da prótese (modelo de dois volumes) ou em um reservatório distante das próteses (modelo de três volumes).

Ambos os tipos e modelos de próteses penianas são efetivos em proporcionar rigidez peniana, porém as infláveis são consideradas mais fisiológicas por melhor reproduzir os estados de flacidez e rigidez penianas, embora possuam um índice de falha do mecanismo hidráulico ao redor de 10% e serem mais caras, na ordem de 10 a 20 vezes em relação às maleáveis.

O implante de próteses penianas está indicado nos casos de disfunção erétil de origem orgânica sem resposta satisfatória ao tratamento conservador. As causas mais comuns que podem levar à disfunção erétil, com o passar do tempo, em que não há mais ereções satisfatórias mesmo com emprego de todas as formas de tratamento conservador são: diabete mellitus, arteriosclerose, prostatectomia radical (retirada da próstata no câncer), radioterapia da próstata, lesões raquimedulares, traumatismos graves da bacia, entre outras.

A técnica cirúrgica do implante das próteses tem como etapas principais: preparo pré-operatório, escolha do(s) antibiótico(s) para profilaxia de infecção, anestesia, via de acesso cirúrgico, abertura (corporotomia), dilatação e mensuração dos corpos cavernosos, preparo e implante das próteses, revisão cirúrgica e fechamento de todas as incisões.

Existem situações especiais que necessitam de outros passos cirúrgicos adicionais, tais como: casos de fibrose da túnica albugínea e/ou dos corpos cavernosos, encurtamento, deformidade e curvatura peniana, podendo necessitar de plicatura, excisão/ressecção ou incisão de fibroses, além de enxertos de túnica albugínea.

O grau de satisfação do paciente é considerado bom, de aproximadamente 90%. Por outro lado, a diminuição do comprimento peniano tem sido a principal reclamação nos casos de insatisfação.

A principal complicação é a infecção, ocorrendo ao redor de 4% dos implantes, podendo ser maior em situações específicas, principalmente pela formação de um biofilme, ao redor dos componentes da prótese, que impede a ação dos antibióticos. Outras complicações são: perfuração dos corpos cavernosos na base (crura) ou distal (extremidade do pênis), erosão e extrusão das próteses, glande flácida, entre outras.

Assim, o implante de próteses penianas permite o retorno às atividades sexuais, em casos específicos e bem indicados. Sugere-se que todos os pacientes esclareçam suas dúvidas com seu urologista para evitar falsas expectativas, compreender os tipos de resultados, entender e executar o tratamento adequado em caso de complicações.

Dr. Fernando Lorenzini – Curitiba, PR

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