Saiba como é o processo de elaboração das provas do TiSBU
No dia 7 de setembro, foram aplicadas as provas téorica e teórico-prática do Exame de Suficiência do Título de Especialista em Urologia (TiSBU). Coordenador da Comissão de Seleção e Título de Especialista (CSTE), Dr. Eyder Leite Ferreira explica o passo a passo desde a elaboração até aplicação do exame. Confira a entrevista*:
Como funciona o processo de elaboração das provas de título da SBU? Poderia explicar as etapas envolvidas, desde a concepção das questões até a aplicação do exame?
A prova de título é preparada no início do ano, quando a CSTE se reúne em plenária em um hotel ou na sede da SBU. Os temas são divididos entre os membros, procurando respeitar as áreas de maior atuação. Hoje contamos com especialistas reconhecidos em todas as áreas da urologia, como litíase, oncologia, infertilidade, andrologia, uropediatria, urologia feminina e uroneurologia. Mesmos temas são enviados para diversos membros a fim de evitar algum viés pessoal. Em seguida as questões são encaminhadas para a empresa especializada que nos assessora e lá são formatadas. Nos 3-4 dias nos quais nos reunimos, todas as questões são apresentadas e discutidas por toda a comissão e configuramos as provas do Pró-TiSBU (R1, R2 e R3) e do TiSBU. Depois de revisadas pela empresa para correção pedagógica e gramatical, elas são reenviadas para aprovação dos autores e depois aplicadas de forma presencial ou eletrônica a distância. No R3 e TiSBU, também aplicamos as provas práticas, sempre sobre temas afeitos à prática urológica de forma integral.
Quais são os principais critérios para selecionar os temas e tópicos que serão abordados nas provas? Existe um peso maior para algumas áreas específicas da urologia?
Os critérios utilizados para escolhermos os temas respeitam a matriz de competência da especialidade e isto é determinado pela CET e CSTE. Não há áreas de maior valor pontual, porém temas mais frequentes, como oncologia e urolitíase, acabam por ser mais frequentes numericamente na prova.
Quais são os principais desafios que o grupo enfrenta ao criar uma prova que reflita adequadamente a prática clínica da urologia?
Um dos principais desafios que nossa comissão enfrenta é tentar fazer com que a prova tenha um poder de avaliação de conhecimento e ter originalidade na confecção das questões, visto que hoje as provas são liberadas para os candidatos e são utilizadas para estudo, o que faz com que as elaboremos todos os anos, questões totalmente originais e sempre sobre os temas da matriz de competência, além de baseados apenas na bibliografia divulgada. Tudo isso, sempre tentando fazer uma prova equilibrada com uma maior concentração de questões de dificuldade mediana, além de uma menor concentração de questões fáceis e difíceis.
Qual a importância de um exame de título para a formação e qualificação dos urologistas no Brasil? O que essa certificação representa para os profissionais e para os pacientes?
Na visão da comissão, a obtenção do título traz ao candidato um reconhecimento por parte da especialidade, de sua capacidade como profissional, atestando para os pacientes e entidades como convênios, estado, entre outras instituições, a boa formação do urologista.
Houve alguma mudança significativa no formato ou conteúdo das provas nos últimos anos? Quais melhorias ou inovações foram introduzidas para aprimorar o processo?
A comissão vem sempre evoluindo especialmente nos últimos anos. Agregamos, além da profissionalização na confecção e aplicação da prova, a prova eletrônica, a prova a distância, a prova discursiva e finalmente a prova prática, realizada em bancadas, onde podemos avaliar a capacidade técnica do candidato de forma objetiva.
Quais conselhos daria aos candidatos que estão se preparando para o exame de título?
O principal conselho que eu poderia dar, como membro há tantos anos da comissão e como urologista titulado, é que a melhor maneira de garantir a aprovação é o estudo. A prova é totalmente baseada na bibliografia divulgada, geralmente Campbell e os guidelines mais recentes das sociedades Europeia e Americana. Não procuramos fazer uma prova difícil, contudo, a nosso ver, ela não deve ser considerada fácil, pois, se assim fosse, qual seria seu valor? Portanto, dedicação e estudo são essenciais para que se consiga ter a diferenciação de ser membro titular da SBU.
*Entrevista concedida à Dra. Júlia Duarte, membro da Comissão de Comunicação da SBU
Veja também:
Seccionais se engajam no Novembro Azul
Diversas seccionais da SBU têm realizado ações para conscientizar sobre a importância da saúde do homem. Confira:
leia maisJornada Carioca de Urologia reúne cerca de mil participantes no Rio de Janeiro
De 6 a 9 de novembro o Rio de Janeiro recebeu, no Hotel Windsor Barra, a XXVII Jornada Carioca de Urologia e o XI Encontro de Fisioterapia Pélvica e Saúde da Mulher.
leia mais